quarta-feira, 18 de março de 2009

Simples assim...


Ela estava lá. Sentada no banco da praça, olhando tudo o que passava. Não estava normal. Ela estava triste. A tristeza tomou conta de tudo o que ela via. Nada parecia vivo realmente, tudo monótono e tedioso, nada trazia novidade.
Ao olhar para cima ela viu - tão delicada e rápida - uma borboleta amarela, daquelas que voam e voam sem parar. A observação foi simples: como aquele ser aparentemente limitado transmitia aquele simples sentimento?
Ela então percebeu que o que a deixava triste era pensar que não era livre. Mas não a liberdade no sentido material, não era livre com seus pensamentos e quereres. Não era natural e expontânea a ponto de libertar seus sentimentos na hora que eles viessem. Ela os guardava pra si. Todos esses sentimentos se afundavam dentro do seu coração e lá ficavam até apodrecerem e deixarem transparecer apenas a tristeza que era transmitida através de seu olhar.
Foi difícil para ela perceber que a culpa, no fim de tudo, era dela. Ela não sabia mais como deixar transparecer a sua felicidade, seu amor e paixão pelo que fazia. Ela era uma pessoa morta por dentro.
A partir desse momento ela quis mudar. A sua primeira ação foi tentar sorrir, mesmo que não estivesse alegre e percebeu que algo novo inundava o seu interior, algo bom. Ao primeiro olhar que recebeu ela também recebeu um sorriso. E tudo foi ficando mais fácil. A vida parecia outra e toda a paixão e felicidade que dela emanavam retornavam sempre com sorrisos e demonstrações de afeto.
Tudo o que ela precisava era perceber o quanto a vida era boa pra ser disperdiçada pensando apenas no lado ruim das coisas. Aprendeu como dar e receber alegria, compaixão e amor. Reciclou a vida e viveu intensamente a partir de uma simples borboleta amarela.